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domingo, 25 de março de 2012

Ela e a prisão

Ela só queria continuar com sua rotina. Vivia nas ruas, é verdade, passava frio e fome, mas era livre e não fazia mal a ninguém. Até aquele dia!!! Tentou impedir um crime e acabou  acusada e condenada por assassinato. Prisão perpétua. Ela que gostava tanto de andar sem rumo pelas ruas. Prisão perpétua. Não podia ser verdade! Devia ser somente um delírio. Se remexeu na cama. Parecia que estava amarrada. Aquilo era a prisão? Iria ficar aprisionada até na cama? Estava louca? Não!!! Era um pesadelo e iria acordar. Sentiu algo no braço, e as amarras se afrouxarem E escutou uma voz: Bom dia! Acordou numa sala completamente branca, parecia um hospital. Ela fora internada? Um homem a observava, tinha roupas negras e belos olhos. Não era um médico. Que lugar era aquele? Ele foi frio e direto, sem apresentações. Não era a prisão e ela estava "morta", até mostrou o seu funeral. Constatou com um certo desespero que sua mãe não fôra nele!!! Ela seria treinada e depois trabalharia naquele lugar, e ele dizia tudo secamente, como se fosse algo trivial. Como alguém podia contar isso daquela forma? E por que ela? Segundo ele, apenas por ela ser bonita e ter  matado a sangue frio. Mas ela era inocente. Ela berrou, mas ele não acreditou, ninguém acreditava.  Entretanto não se submeteria a vontade dele. Não aceitaria trabalhar lá. Ele a irritava, seu modo de agir não tinha um pingo de comoção. O atacou  e pela primeira vez ele não pareceu um robô. A jogou no chão e ficou em cima dela.  Ela não podia se mexer e sentia a respiração dele, agora ele parecia alguém de carne e osso. E era sensual. Falou algumas coisas sobre luta, era a primeira lição, e se levantou.  A aula prosseguria no dia seguinte. Mas ele não daria mais aulas, ela não queria. Ele a informou que nesse caso, ela morreria de verdade. E foi embora. Ele havia mentido aquilo era uma prisão, uma cadeia muito mais tenebrosa. Onde até as almas das pessoas pareciam presas. Mas ela não perderia a sua alma. Não era uma máquina e não se tornaria um robô.  Tinha um espírito livre, gostava do ser humano e amava a sua liberdade.
-----Postagem vinculada: Ele a nova recruta.

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